Quando eu queria
Ela disse que não era o momento,
E deixou a corredeira do tempo,
Afastar o barco do meu desejo
Do seu ancoradouro –
Agora que estou
Atracado no cais de uma deusa,
Ela pede pra inverter a correnteza,
E buscar pelo seu porto
Pra me dar o seu tesouro!
Confesso que sonhei com a sua arca
Mas encontrei nessa ninfa que me aporta,
Todo o ouro que o coração necessita –
Para transformar este amor em pepitas –
E cravejar em suas janelas e portas;
Decorar o sorriso dela com rebrilhos
Emoldurá-lo com essa aura luminosa,
Porque ela me permitiu lançar a âncora
No fundo de suas águas sonorosas;
Musicadas pelas notas que o suspiro cifra
Na partitura de uma canção apaixonada e maviosa!
Resta a esse alguém que se fechou pra minha nau
Sentir o arrependimento tal qual um pirata,
Saquear a sua ilha de sentimentos guardados
E em silêncio ouvir quem me ama fazer serenata!
Escrito por:
Aparecido Sávio
Alex Sávio
Jundiaí – São Paulo