CENTELHAS DE UMA ESTRELA

Uma lenda sobrevive nas entrelinhas da história
E no culto da memória de quem lavra sentimentos,
Sulca o chão estéril e semeia sonhos na esperança
Que vão nascer inspirações arborizando os pensamentos;

Um guerreiro apaixonado pela deusa Atmosfer
Com a sua espada polia uma estrela imaginando,
Transformá-la em pedra de um anel e presentear
Áquela que lhe fazia adormecer delirando;

Mas chorou amargurado ao saber da escolha dela
Pelo impávido deus Vento e as lágrimas caíram,
Se uniram aos resíduos da estrela lapidada
Deu vida para eles e foi assim que surgiram;

As centelhas que piscam e vagueiam pelas noites
Faiscando vossa chama, pontilhando a escuridão,
Seresteiros em silêncio, num zigue-zague de luz
Acendendo em si próprio os faróis para direção;

Pirilumes, pirilampos, vaga-lumes, não importa
Qual o nome que DEUS usa no Seu vocabulário,
E traz em Seu dicionário,
A verdade é que eles, segundo essa Mitologia
São ressentimentos vivos na casca de seres lendários;

Quando o vento revolta chama as nuvens para cobrir
O sorriso do sol para sua amada não ficar,
Suspirando com a brisa,
Lembrando dos olhos dele
Quando podia tê-la na dimensão do seu olhar;

Relatam que o guerreiro morreu com aquela pepita
Presa em sua mão, mas quando ele desfaleceu,
Ela rolou no vazio e parou numa Constelação –
Sendo a que mais brilha, dentre todas na amplidão –
Como se fosse a alma de um amor que não viveu

Sávio Estrela
Jundiaí – São Paulo