O VASO NO CANTO DA JANELA

O seu nome era Luzia, promessa dos seus pais
Por uma graça alcançada, durante a sua gestação,
Por ter os olhos viçosos, ganhou de sua madrinha –
Uma folhagem vicejante chamada Santa Luzia –
No dia inesquecível de sua primeira comunhão;
Pôs a planta no canto da janela do seu quarto
E todo dia regava com zelo desmedido,
Porém aquela menina, recebeu uma provação –
Com uma doença rara, ela perdeu a visão –
Sem a luz no olhar e na alma o colorido!

E mesmo estando cega, ela não deixou de molhar
A sua plantinha amiga, mas agora com seu pranto,
Chorava sobre as folhas, com saudade de vê-la
Verde como os olhos da sua amada Santa;
Tateava com carinho, para sentir a folhagem
E com a sensibilidade de suas mãozinhas percebeu,
Dois carocinhos nela, quais botãozinhos de flor –
Mas era impossível, porque tal dom o Criador –
Para aquela espécie de planta ELE não deu!

O tempo foi passando e ela notando com o tato
O crescimento deles, mas não disse a ninguém,
E todas as noites, antes do sono lhe acolher –
Ela rezava implorando que pudesse voltar a ver –
Que a luz desabrochasse em suas estrelas também;
E numa alvorada quando seu corpo despertou
Ela viu o milagre, o dia tinha amanhecido,
Dentro dos seus olhos e a folhagem por sua vez
Havia primaverado celebrando o fato acontecido!

Juntou o seu sorriso com os raios do sol
E louvou a DEUS pela sua ação gloriosa,
A alma dela entendeu a ligação com a folhagem –
E o aroma que inspirava era a divina mensagem –
A força da oração, torna a fé poderosa,
E elas mereceram aquela que benção milagrosa

Sávio Estrela
Jundiaí – São Paulo