Essa noite eu passei outra vez com a solidão,
Não quis pegar o violão e nem a caneta pra compor –
O que fiz foi relembrar, relendo os meus escritos
E viajei pelo infinito, na nave deste pensador!
Ora eu passava por paisagens floridas ostentando cores
E às vezes eu me deparava ante à constelações vazias –
Ora haviam passarinhos na semeadura de gorjeios
E às vezes vinham os desertos que eu mesmo criei um dia!
Eu notei rastros de nascentes que deixaram de serem ribeiros,
E vi relentos em silêncio, qual meu coração seresteiro;
E quando eu quis voltar pra mim, uma força não quis deixar,
Eu tive que verter o pranto, para poder me resgatar!
Sávio Estrela
Jundiaí – São Paulo