O filho não recicla o pai, porque a capacidade de amar,
É um dom que o coração, não consegue artesanar!
A quem eu tanto fiz, hoje desfaz de mim,
O que faço é rezar, pra vida não cobrar, por agir assim;
Amor, pão e casa e o nome de pai,
Na criação de um ser, abri mão de viver, fui menos pro seu mais!
E a esteira do tempo, foi passando e meus passos,
Sendo vencido nas forças, pelo peso do cansaço;
De tudo que dediquei, o retôrno que eu recebo,
Não chega a um por cento, lar, carinho e alimento
De quem só fiz o bem, este velho já não tem
No asilo eu me aconchego!
O que me dói é saber que no conceito dos meus filhos,
Não sou nem peça de museu, não passo de um objeto de asilo;
Como se eu fosse um móvel velho, que o destino não vai reciclar,
Eu espero o cata-treco da morte, que está na iminência de passar!
Escrito por:
Aparecido Sávio
Alex Sávio
Jundiaí – São Paulo