SINFONIA DE GORJEIOS

Quando DEUS abre a cortina da aurora
Desnudando o palco do horizonte,
O show acontece, promovido pelos artistas
Que não vivem o dia, pra eternizar o ontem!

O professor Sabiá dá o tom, o Pardal com suas limitações,
Segue na sinfonia que se faz, com gorjeios que se tornam canções;
O Melro, Avinhado, Azulão e Tiê, entram no compasso sonoro,
Composto pelo tempo que é feito, pela inspiração dos pássaros canoros!

O Sanhaço adia a ceia de frutos e junta-se à orquestra matutina,
As notas não se desenham no espaço
Não há cifras, mas os sons se rimam;
O Pássaro-preto, príncipe do canto, o Pintassilgo com feitiço no trinar,
O Trinca-ferro e seus acordes dobrados –
E o Coleira cantando no emaranhado –
De caniços orvalhados a gotejar!

O desfile de cantadores seduz a brisa, que parece buscar dueto nos gorjeados –
E são tantas as estrelas emplumadas, que brilham no universo da alvorada
Que o sol nasce, qual um rei seresteado!

Escrito por:
Sávio Estrela
Alex Sávio
Jundiaí – São Paulo