Eu fui criado ouvindo, trilhas sonoras do sertão,
Com elas me identifico, posso dizer que foi nelas
Que ritmei meu coração;
A inspiração brotava, em toda parte feito relva,
Nos prados, montes, colinas
Vales, cerrados e selvas;
Até nos pontos de relento,
Ela aflorava o sentimento!
O Sabiá na laranjeira, cantar com notas perfumadas,
O Rouxinol pelos pomares, cantava com a alma alada;
O Azulão que se escondia, para mostrar o seu trinado,
O Curió junto às restingas, com seu gorjeio apaixonado!
O Coleirinha todo arisco, cantando na beira do brejo,
E a Juriti, mis cancioneira, como quem canta num cortejo;
O Melro dava o seu show, entre os arbustos da palhada,
Onde o Sanhaço pipilava, em sua côrte para a amada!
O Canarinho em liberdade, dobrando o hino à Natureza,
Também o simples Pardalzinho, a gorjear com singeleza;
A Ararajuba e o Pintassilgo, a Asa branca e o Corrupião,
O Pássaro preto no mourão;
Todos eles musicaram, os passos do meu coração!
Escrito por:
Sávio Estrela
Alex Sávio
Jundiaí – São Paulo