Toda noite antes de dormir, a menina de rosário nas mãos –
E de olhos fixos na imagem, de Santa Luzia fazia a oração;
Dizia com toda a inocência, santinha lhe peço por favor –
Dê estes olhos que estão na bandeja,
Pra minha mãe, quero que ela veja,
O mundo que deu-me por amor;
Dela eu recebi a luz da vida, mas ela vive num viver sem cor!
Quantas vezes seu pranto caiu, sobre o quadro da santa querida,
Com os cabelos ela enxugava, com sua fé na efígie refletida;
Era dia treze de dezembro, o aniversário da sua santinha,
E quando foi fazer a sua prece, ela notou a salva vazia;
Foi ao encontro de sua mãezinha, para contar o fato acontecido,
E viu no rosto dela que era cega, o par de olhos com brilho de vidro!
E num abraço cheio de ternura, como se fosse o céu tocando o chão –
A mãe lhe disse filha obrigado, graças a DEUS e seu amor sagrado
Eu ganhei o presente da visão!
Escrito por:
Sávio Estrela
Alex Sávio
Jundiaí – São Paulo