O destino nem sempre abriu
As cancelas do mundo pra mim,
Conto as vezes que a sorte sorriu
Minha vida não foi um jardim;
Minha mãe ao partir me deixou
Uma herança que só não gastei,
Porque não encontrei ninguém _
Que quisesse comprar esse bem_
Que por lembrança eu guardei!
E o tempo passou me arrastando
Fui deixando meu rastro na estrada,
Sem família e um nome vazio
Qual um trilho depois da enxurrada;
Mas um dia um senhor de olhos tristes
E com uma aparência apagada,
Por encanto cruzou meu caminho _
E mostrou que atrás dos espinhos _
Pode haver uma flor desprezada!
Quando viu na parede o berrante
Em silêncio a sua alma chorou,
E dizendo sou o peão errante
Que uma noite a sua mãe amou;
E debaixo do anel que prendia
As metades daquele instrumento,
Lá estava um tesouro escondido _
O segredo de um desconhecido _
Para mim até aquele momento!
Sou seu pai e essa é a prova
O meu nome e o de sua mãezinha,
A mulher que eu amei de verdade
Sua saudade até hoje me espinha;
Nosso caso são águas passadas
Mas que não me lavaram a memória,
Meu filho este singelo berrante _
Vale mais do que ouro, diamante _
É o endereço da nossa história!
Escrito por:
Sávio Estrela
Alex Sávio
Jundiaí – São Paulo