PRESCRIÇÃO PARA A DOR
A doutora Solidão
Fez da saudade, enfermeira,
E receitou a recordação _
Qual lenitivo pro coração
Em dosagem corriqueira;
Por meio de um conta_gotas
Mas não foi suficiente,
Ao invés de amenizar
Lhe deixou mais carente;
E quando ela ministrou
Uma dosagem cavalar,
Naufragou nas lembranças
Que vieram quais ondas do mar;
Ele agora pede S.O.S
Pra não sucumbir com elas,
Mas quem aviou não tem
Mais o controle delas;
Coração está morrendo,
Por querer estar vivendo,
Velejando no passado _
Água demais mata a planta,
Assim também se suplanta,
Um marujo que ainda é apaixonado;
Pela rebentação dos sentimentos,
Na praia dos seus momentos,
Mesmo causando sofrimento!
Escrito por:
Sávio Estrela
Alex Sávio
Jundiaí – São Paulo