NEPOTISMO NO POLEIRO

Galo que não canta
No limiar da madrugada,
E tampouco dá conta
Do coricó da galinhada;
Se candidata à panela
Em fogo alto pra cozer,
A carne dura do incapaz
De galar pra sobreviver!

Quando este fato acontece
Até o mirrado garnizé,
Se sente dono do terreiro
E canta erguendo os pés;
Mas logo a côrte penosa
Elege um frango sucessor,
E o pequeno galináceo –
Volta para o prefácio –
De inveterado sonhador!

Escrito por:
Sávio Estrela
Alex Sávio
Jundiaí – São Paulo