Feito semente d’água
Brota no cantinho
Da cova rasa dos olhos
Germinada na emoção –
Que o sentimento híbrido
Forja no coração;
Aflora no chão do olhar
Mas sua raíz fica
Presa no fundo da alma
Lágrima que solta flor,
Na tristeza e na alegria
Sem néctar e nem olor!
Plantada e cultivada
Pela dor e o prazer,
Um casal que não se ama
Mas vive junto no ser;
Que cede a vida qual lavoura
Que não depende de estação,
Faça chuva ou faça sol
Ela produz a sua porção!
Depois de colhida pelo chôro
Não há celeiro pra lhe guardar,
É pão que não vai à mesa-
Fruto da nossa natureza-
Que não precisa replantar;
Basta um pólen de nuvem
Pra ele se auto fecundar,
Pra se ter a baga de pranto
O dono da messe tem que chorar!
Escrito por:
Sávio Estrela
Alex Sávio
Jundiaí – São Paulo