Um tronco de Angico, a ponte do corguinho
Não tinha corrimão, pra fazer a travessia –
A mansa corredeira, em seu suave rumorejo
Um poema de águas, procurando a melodia;
Que pudesse combinar, com o afago da brisa
Nas melenas da paisagem, salpicada pelas flores –
Com o canto do Tiê e da musa do brejo
A Saracura-três-potes, louvando seus amores!
Sobre esse madeiro, estendido eu troquei,
Beijos com a sereia, de água doce que amei;
Tomados de emoção, nós escorregamos-
Caímos no riozinho e nos encharcamos;
Foi nessa ocasião, que eu pude mapear-
Suas curvas realçadas, com o laser do olhar;
As roupas molhadas e os pontos salientes –
Me deixaram seduzido, num latejo iminente!
A pinguela do riacho, como era conhecida
Se tornou cartão postal, no êrmo do sertão –
E meu tributo à ela, decantá-la em versos
Colorir seu desenho, através da inspiração;
Vez em quando eu viajo, por lá em pensamento
E fico indo e vindo, com a saudade sobre ela –
E aquela paixão, que ilustrou os sentimentos
Ressurge na flor d’água e me faz recordar dela!
Escrito por:
Sávio Estrela
Alex Sávio
Jundiaí – São Paulo