Cada sonho meu
Foi um canteiro em mim,
Mas até hoje nenhum
Teve a primavera do sim;
Aquele que brotou
Num cantinho do quintal,
Foi destruído pelo adeus
Palavra feito vendaval!
Um outro que surgiu
No fundo do terreiro,
A chuva de granizo
Derriçou por inteiro;
Mais um que nasceu-
Na rigidez da estação,
Fria de um coração,
Sob a geada feneceu!
Teve um que raiou
No espaço da alma
Tenro como a bromélia
No tronco do embuzeiro-
Mas perdeu a vida
Sob o sol da estiagem
E sumiu ressequido
Que triste paradeiro!
Mas o chão do peito
Conserva o cio da esperança,
Sedento por sonhar –
Nova semente que despontar-
Pra realidade como herança!
Escrito por:
Sávio Estrela
Alex Sávio
Jundiaí – São Paulo