EM CIMA DO MURO

A beleza suprema que DEUS pincelou
Na tela dum corpo que me pertenceu,
Pra mim nunca mais terá o valor
Que meu coração iludido lhe deu;
Na pálida luz do luar encoberto
Enxerguei nós dois diante do amor,
Que estava morrendo num sonho incerto
Tal qual desfazia na lua o fulgor!

Uma antiga estrela resolveu cintilar
No norte do céu com todo esplendor,
Me fez recordar o olhar brilhante
Que em muitas noites me iluminou;
Um círio aceso não faz questão
De dar sua vida matando o escuro,
Mas nossa paixão fraquejou com nós
E acabamos ficando em cima do muro!

Escrito por:
Aparecido Sávio
Alex Sávio
Jundiaí – São Paulo