O CHÃO DO TEMPO

Eu não queria ter tempo
Pra olhar para trás,
E ver no chão do passado –
Tantos sonhos despedaçados –
Ilusões que não renascem mais;
Como flores pisoteadas
Espezinhadas pela realidade,
Que é a mãe do dia a dia-
Mas seu colo é pedra fria-
Que não embala nem por piedade!

Eu não procuro a lembrança
Mas vem qual mensageira,
Trazendo infindos momentos –
Remetidos por sentimentos –
Que movem a esteira;
Da memória que é incapaz
De se defender da verdade,
Que acusa mas em nome
Da promotora saudade;
E o pior é que neste solo
Não é possível fazer faxina,
Não há vassoura que varra
Coisas que ficaram caídas
Pelo caminho de uma sina!

Escrito por:
Sávio Estrela
Alex Sávio
Jundiaí – São Paulo