No aplique da parede
Do meu peito está,
Um candeeiro quebrado
Que ninguém quer consertar;
Coração que conserva
O pavio e fumega,
O sonho de acender
Na realidade que nega;
A chama de um novo amor,
Porque os antigos
O destino apagou!
Embora sofra maus tratos
Nas mãos da saudade
Que mantém nele o pó
De lembranças arenosas-
Ele preserva num cantinho
O azeite da esperança
Pra não ficar no escuro
Da solidão tenebrosa!
O desejo de se apaixonar
É fogo crepitante,
Na dimensão da alma
Torna os olhos luminantes;
Só que nenhum sentimento
Que brota noutro olhar,
Quer juntar-se à claridade
Que faz o meu sonhar!
Escrito por:
Sávio Estrela
Alex Sávio
Jundiaí – São Paulo