Uma jovem rebelde, domesticada pela revolta
Embora batizada, não seguia uma religião,
A dança pra ela, era a essência da vida
Metade do seu tempo, passava na pista do salão;
Mais uma quaresma, no calendário do cristão
E ela recusou, tomar as Cinzas com a família,
Ficando em casa, foi no borralho do fogão –
E para debochar, desta sagrada tradição –
Lambuzou a fronte, como pregava a doutrina!
Mas esta afronta, não era nem dez por cento
Do que ela viria, aprontar na Sexta Santa,
Proibida de dançar e com o ânimo exaltado
Ela provou que era, bem pior que um sacripanta;
Entrou numa igreja e na Capela do Santíssimo
Ela pegou uma cruz, que regulava o tamanho dela,
E pôs-se a dançar num rítmo todo frenético –
E quando o frei viu, aquele ato mais que patético –
Pediu que parasse e ofereceu confissão à ela!
Jogou a cruz no chão, descolando a imagem de Jesus
E saiu xingando, blasfemando contra o Criador,
E chegando em casa, sentiu os primeiros efeitos
Do que havia feito, seu desrespeito a Nosso Senhor;
Indo para o quarto, as suas pernas não sustentaram
Seu corpo e ela caiu, fraturando um dos braços,
E então reconheceu, que estava sendo provada –
E o movi mento das pernas só foi recuperado –
Depois de confessar e chorar com a cruz em seu abraço!
Escrito por:
Aparecido Sávio
Alex Sávio
Jundiaí – São Paulo