presépio vivo

Na primeira semana do Advento, o padre e o sacristão de uma capela interiorana, se desentenderam quanto à montagem do Presépio e o auxiliar do pároco, resolveu abandonar os serviços da igrejinha por este motivo. O vigário ficou sozinho para a confecção do mesmo.
Naquela noite, o falso beato, numa espécie de vingança, ajudado por um fazendeiro que tinha rixa com o frei, devido a uma questão de prenda que ele queria dar para a igreja, uma bezerrinha aleijada e só pele e osso e o padre não aceitou. Mas prosseguindo, nessa narrativa, o sacrista trocou os personagens do presépio, para confrontar o chefe espiritual, eis as mudanças a saber: No lugar da estrela, pendurou um cata-vento; substituiu o anjo por um berranteiro, com a frase “eia boi, ooô vaca mocha; na vaga do galo, ele botou um quero-quero; no posto dos Três Reis Magos, entronou três mendigos com chapéu na mão; na manjedoura, ao invés de palha, ele colocou sal; no lugar das ovelhas, ele introduziu bodes e cabras e alguns lobos; no lombo do burro, pôs uma sela e um arado atrás do boi e um balde debaixo da vaca; no lugar de José e Maria, pendurou uma placa com a inscrição “Precisa-se de figurantes.”
Ao amanhecer, quando o pároco foi adentrando a capelinha, notou aquela aberração no presépio e caiu de joelhos pedindo perdão a DEUS, pela ultrajante profanação, pois seu sexto sentido levou o mesmo a intuir que seria uma desforra do seu ex-criado, por causa da discussão que tivera, sobre qual a cor da rês que seria inserida no arribana, isto é, no presépio.
Naquela manhã, na Fazenda Alvorecer, que pertencia ao irônico fazendeiro, que fôra o mentor da sabotagem, usando a fraqueza do sacristão, aconteceu algo maravilhoso, uma manifestação divina por intermédio de suas criaturas irracionais, mas obedientes à vontade do Criador.
Ao se dirigir para a cocheira, qual não foi o seu espanto, ao deparar-se com um presépio vivo, instalado na mesma, só poderiam terem sido distribuídos pelo anjo de DEUS, porque ali estavam ordenadamente, o galo sobre a porteira; o boi, o jumento, a vaca, as ovelhas e cordeiros; no cocho haviam palhas, trazidas não se sabe por quem e o sol, dava a impressão que estava ali dentro, iluminando em grandeza singular; na tábua do curral estava grafado com uma tinta misteriosa a seguinte oração: “Eles fizeram a vossa parte, espero que faça o mesmo, arme o presépio do amor em seu coração, colocando aqueles que não estão aqui, Maria e José, os três reis santos e o anjo Gabriel, em sinal de reverência ao nascimento do nosso Salvador.”
O proprietário daquelas terras, sentiu pontadas no peito e ao recuperar-se da dor, rumou para o vilarejo pedir perdão ao vigário, acompanhado do sacristão, que após ser perdoado, voltou ao seu cargo na capela, enquanto o fazendeiro, pra se redimir, doou a imagem do Menino Jesus para ser depositada na noite de Natal.
Este conto serve para nos orientarmos, no sentido de não deturparmos os valores dos princípios cristãos, por motivo algum, nada significa atitude como tal. Que cada um faça de sua alma, uma estala para receber mais uma vez, aquele que nos deu a terceira e última chance de reconciliarmos com DEUS e merecermos figurar em seu Presépio Maior, o Céu.
Agradecimento: Obrigado São Francisco de Assis, por ter sido o inspirador do presépio no ano da graça de 1223. *
FELIZ NATAL A TODOS!
São os votos de: Alex, Ilena e Aparecido.

 

Jundiaí – São Paulo